segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
JACK BAUER RETORNA
Passou batido para muitos, mas em 6 de Novembro ultimo se comemorou os 10 anos da estreia da serie que revolucionou o jeito de se fazer esse tipo de programa na TV aberta americana. 24 Horas foi o seriado que surgiu no periodo certo. Ainda abalada pelos ataques terroristas promovidos por Osame Bin Laden em 11 de Setembro de 2001, a America viu o surgimento do anti-heroi definitivo: Jack Bauer (Kiefer Sutherland). Principal membro da Unidade Contra Terrorismo (chamada UCT), Jack é o cara. Sem medo, truculento e pavio curto, o homem não tem dó em lidar com os bandidos. Seja homem ou mulher. Ele espanca, tortura e mata sem piedade. Era tudo que os publico americano queria, alguem para se vingar por eles dos terroristas.
Para evitar maiores complicações, os produtores muitas vezes inventavam países para se fazerem passar por terroristas (apesar da aparencia dos atores eram semalhantes com os arabes). Mas no fundo, todos sabiam de quem os vilões se tratavam. Aqui no Brasil, a série estreou no período de ouro do canal a cabo FOX ao lado de figuras como Buffy - A Caça Vampiros, Angel e Arquivo X entrando em fase final de exibição. Foi amor a primeira vista da parte do publico. Uma série com roteiro dinâmico, estilo de filmagem inovador (com as vezes quatro acontecimentos mostrados na tela) e uma violência nunca antes mostrada na TV, 24 Horas virou mania, um fenômeno que acontece de tempos em tempos. Não demorou muito pra poderosa Globo se interessar pelo seriado e, aproveitando o contrato exclusivo com a FOX, começou a passar 24 nas madrugas (!) no verão no lugar do Programa do Jô. Jack Bauer não só demonstrou não ter piedade com seus inimigos, a audiência do programa surpreendeu, principalmente por ser exibido de madrugada. A impressa deu ampla atenção ao assunto, como pode um "enlatado" duplicar a audiência do horario? Explicação simples: diferente do que a Rede Globo pensava, muitas pessoas adoram um enlatado americano.
Foram 8 intensas temporadas divididos por 192 episódios alem de um telefilme que foi usado para suprir um ano que o show não foi exibido devido a greve dos roteiristas no intervalo entre a sexta e sétima temporadas. Um formato que inovou ao apresentar um enredo que jamais fica enfadonho ou tedioso e que se apresentou um verdadeiro desafio logístico a produção. O cabelo dos atores eram aparados a cada três dias, também, se destacava a contra-regra que tinha que ter um cuidado especial por manter tudo no lugar certo por tanto tempo, afinal, cada temporada se passava em um único dia e eram 6 dias de filmagens durante nove meses. 24 horas também foi um dos poucos seriados a terem mais de uma câmera filmando toda a ação (em séries dramáticas e também em filmes, o normal é ter uma câmera). Apesar da critica cair em cima dos roteiros apresentados nos dois ultimos anos, a primeira e quinta temporadas são consideradas as melhores. O primeiro ano, mesmo sendo novidade, apresentou aquilo que se tornou uma rotina no seriado, o fator surpresa. Nada e nem ninguém estava salvo, principalmente após os roteiristas matarem um dos protagonistas. Isso se tornou rotineiro. Somente Kiefer participou de todos os capítulos. O quinto ano foi um marco por apresentar uma trama que fica melhor e mais surpreendente durante 24 episódios que se tornaram um obra-prima e uma lição de como se fazer um programa semanal. Se você ficou interessado em saber se meus elogios ao seriado são merecidos, uma oportunidade irá surgir. Em Janeiro, se Jesus permitir (já te explico o por que), a Band irá iniciar a exibição diária de 24 horas no horário nobre e em qualidade de som e imagem digital. A série poderá ser exibida de segunda a sexta as 21 horas se a emissora não renovar o contrato com a igreja Internacional da Graça de Deus que hoje ocupa meia hora da programação noturna da emissora num contrato que engorda a conta do canal em milhões mensais. Taí um inimigo que pode ser capaz de deixar Jack Bauer de lado.
Atualização 29/04/2013: a Band até o momento não estreou a série em sua programação.
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Durante o inicio da terceira temporada, o programa passou por uma crise nos bastidores. Pelo menos aqui no Brasil. O dublador de Kiefer/Jack Tatá Guarnieri (responsavel pela voz de Kenshin em Samurai X) entrou com uma ação contra a FOX pedindo direito sobre o uso de sua voz. Nada mais justo, afinal, Tatá usava a sua voz uma vez, e seu trabalho era usado em varias mídias como TV aberta e a cabo e DVD. Tudo com um pagamento apenas. Sua decisão foi retalhada pela distribuidora, que impediu o profissional de voltar a fazer a voz de Jack na empresa Mastersound, sendo substituído por Marcio Simões. A atitude de Tatá, pioneira, abriu as portas para outros dubladores fazerem o mesmo (apesar de mais de 80 % dos artistas preferirem continuar no meio recebendo por seu trabalho sem reclamar). O resultado é que muitas series e desenhos tiveram a famigerada troca de vozes e atores que tinham bonecos (mesmo dublador para um mesmo ator/atriz) serem igualmente substituídos. É por isso que hoje, ao ver um filme com o George Clooney, por exemplo, você possa estranhar ao assistir o filme dublado sem a voz padrão do ator (no caso o dublador Marco Antonio que em outras oportunidades ficou sem fazer a voz de Johnny Depp também).
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