No ultimo dia 25 de outubro se comemorou os 20 anos da série Millennium, produção ousada que teve um final triste e melancólico, simplesmente por que não foi compreendida pelo publico. Para entender Millennium, é necessário visualizar a situação da época em que a produção foi exibida. Em 1996, Arquivo X já era um fenômeno de audiência e bem recebido pela critica. Estando em sua terceira temporada, a série de Mulder e Scully era o carro chefe do canal Fox americano que deu sinal verde para Chris Carter criar outra série. Com a aproximação da virada do século chegando e as pessoas perdendo sua humanidade aos poucos, era natural que uma série como Millennium fosse criada nesta época. O seriado era muito pessimista e sombrio e, talvez, esse seja o motivo de semana após semanas ter perdido seu publico.
Se você não lembra, Millennium era focado em Frank Black (Lance Heriksen, ótimo) um homem que nasceu com o dom de tocar numa cena de crime e ter visões do assassino. Aposentado, Frank é recrutado pelo grupo Millennium para assessorar a policia em crimes aparentemente sem soluções. A principio, Frank se nega pois está vivendo uma vida tranquila ao lado da mulher Katherine (Megan Gallagher) e sua filha Jordan (Britanny Tiplady) mas o grupo dá um jeito para que o homem use seus dons.
A irregular primeira temporada de Millennium trabalhou de modo normal, aqueles tipos de séries onde se tem episódios auto contidos que se resolvem em um só capitulo. Os episódios de destaque são o piloto e o ultimo da temporada. Insatisfeita com os indicies de audiência, a Fox autorizou mudanças na série foi quando Chris Carter entregou o comando de seu segundo filho, aos veteranos escritores de Arquivo X, Glen Morgan e James Wong que promoveram mudanças significativas como a inclusão de humor negro e o desenvolvimento dos personagens, principalmente Frank. Nesta temporada, existem os melhores episódios da série. Infelizmente, não foi o suficiente para agradar os executivos da Fox que deu um ultimato para a série.
O excelente ator Lance Heriksen |
Se você ficou chocado com Game of Thrones não ter medo de matar o personagem principal logo na primeira temporada ou festival de mortes que Shonda Rhimes criou em Grey's Anatomy, imagine numa época onde não estávamos acostumados com decisões drásticas tomadas pelos roteiristas. Foi assim, de modo bruto que vimos o assassinato de Katherine no final do segundo ano de Millennium. Ok, a personagem não rendia o tanto quanto esperado, mas foi uma decisão ousada. Os novos rumos que série tomou na terceira e ultima temporada forçou os roteiristas a descaraterizar a série, fazendo uma mera cópia de Arquivo X quando Frank volta a trabalhar no FBI com direito a uma parceira investigando casos bizarros.
Hoje em dia, poucas pessoas se lembram de Millennium e quando o fazem se prestam a dizer que se tratou de mais uma série fracassada de Chris Carter (ao lado de Harsh Realm e Os Pistoleiros Solitários), mas quem acompanhou a produção, sabe que ela é especial discutindo a crise da humanidade das pessoas.
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