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domingo, 26 de março de 2017

CONHEÇA: FEUD


A nova jogada de Ryan Murphy na televisão se chama Feud. Em uma tradução aproximada, a palavra em inglês Feud significa rixa. A exemplo de outra produção de Murphy, American Horror History, Feud também terá o formato de antologia, ou seja, cada temporada vai contar uma determinada história independente da outra. Neste primeiro ano, testemunhamos a rixa mais comentada dos anos de ouro em Hollywood. Uma briga de titãs que se arrastou durante anos. Uma disputa de egos que explodiu na telas e fora delas entre as atrizes Bette Davis e Joan Croawford.

A trama de Feud foca no período em que a carreira das divas estavam em baixa (Bette atuava em teatros da Broadway e Joan vivendo das ações que seu finado marido - dono da Pepsi - deixou) e as duas são escaladas para rodar o filme O que terá acontecido com Baby Jane? Neste período já existia uma declarada guerra entre as duas atrizes que explodiu quando as duas rodaram este filme. Mas o diretor Robert Aldrich (Alfred Molina) insistiu que as duas juntas em cena lotariam os cinemas. Mal ele sabia o stress que seria os conturbados bastidores de seu novo filme. Para chamar mais a atenção para a produção, o chefe dos estúdios Warner, Jack Warner (Stanley Tucci), insistiu a guerra entre as divas fosse sabido por todos.  Para isso, naquela época, existia alguém que colocava atores, atrizes e estúdios de cinema em panico: seu nome era Hedda Hopper (Judy Davis) uma colunista que costumava aumentar e não inventar rumores e fofocas e suas matérias repercutiam em toda a impressa. 


Susan Sarandon e Jessica Lange: duelo de titãs.


Feud é realmente impressionante. Alem de ter o toque de midas de Ryan Murphy (criador das deliciosas séries Popularidade, Estética e Glee e da já citada American Horror History) possui no elenco alguma das melhores atrizes da atualidade: a musa de Murphy Jessica Lange como Joan Croawford, Susan Sarandon como Bette Davis e Judi Davis como Hedda Hopper. Juntas, as atrizes abusam da vontade de ser ótimas e recriam quase que com perfeição cenas da clássica produção O que teria acontecido a Baby Jane? Obviamente, quem ganhou com tanta intriga e inimizade entre as duas foram o publico pois uma queria ser melhor que a outra e ambas entregaram atuações maravilhosas. O mesmo pode ser dito das atrizes que as interpretam.


domingo, 19 de março de 2017

PEQUENAS GRANDES MENTIRAS


Impossível não ficar curioso com a mini serie da HBO Big Little Lies. Elenco estelar (Nicole Kidman, Reesse Whisterpoon, Shailene Woodley, Laura Dern, entre outros), escritor de renome (David E. Kelly, de Ally Mcbeal, lembra?) e a qualidade da marca HBO. Acredite quando eu digo que vale a pena ver os 7 episódios deste grande momento da televisão deste ano.

Baseado no best seller escrito por Liane Moriarty, a produção é uma daquelas que tem muitos protagonistas, porem sem desviar o foco para algum. Claro que num primeiro momento, até mesmo por seu nome estar por primeiro na (maravilhosa) abertura, Reese Wisterpoon e sua franca, desbocada e perua Madeline uma mulher incomodada com o fato de seu ex-marido ter um casamento perfeito com a calma e serena Bonnie (Zoe Kravitz). Cheia de personalidade, Madeline é alvo de inveja por várias outras mulheres do balneário de Monterey. Ela é muito amiga de Celeste (a incrível Nicole Kidman) que vive um casamento de aparências com o truculento Perry (Alexander Skarsgard). As duas fazem amizade com a jovem mãe solteira Jane (Shailene Woodley). O cotidiano dessas mulheres se resume a levar os filhos na escola e se reunir para tomar um café. Mas cada uma tem um pequeno segredo que esconde das demais. 

Reese: desbocada e perua na medida certa
Shailene: misteriosa 
Nicole: melhor em cena

Enquanto conhecemos a intimidade de cada uma dessas figuras, uma outra linha narrativa apresenta os personagens secundários dando um depoimento para policia onde certamente ficamos sabendo que uma das personagens matou e outra morreu. É uma versão distorcida daquela que acompanhamos até então. E o mistério aumenta a cada capitulo. Tambem os filhos pequenos de cada uma dessas mulheres que se relacionam de modo na amigável na escola.

Criado para televisão por David E. Kelly, Big Little Lies (HBO, domingo 23h00) é a mais elogiada produção feita para a TV deste ano até o momento. E não engana pela embalagem bonita. As atrizes dão show em cada cena e critica especializada indica ser o melhor trabalho em muito tempo das atrizes Reese Whisterpoon e Nicole Kidman. Mérito do diretor Jean Marc-Vallee de Livre e Clube de Compras de Dallas. Além das já citadas Reese, Nicole e Shailene, o elenco principal ainda conta com Zoe Kravitz e Laura Dern como Renata uma executiva com apetite sexual acima do normal e uma especie de rival declarada de Madeline. 

Apesar de cada personagem e cada atriz brilhar em sua própria história, a mais interessante em cena e que rouba as atenções é Nicole Kidman e sua Celeste. Mãe de gêmeos, Celeste abandonou uma promissora carreira de advogada a pedido do marido ausente. Perry é machista e egoísta que dentro das quatro paredes do casal explode uma fúria e acaba sempre abusando e violentando a esposa (uma das cenas mais chocantes da mini série). 

Uma mini serie imperdível e necessária nestes tempos de empoderamento feminino.

Laura Dern, Nicole, Shailene, Zoe Kravitz e Reese: quinteto espetacular

domingo, 5 de março de 2017

20 ANOS DE BUFFY - A CAÇA VAMPIROS




Em 10 de março de 1997 estreou uma das séries de TV mais influentes dos últimos tempos: Buffy - A Caça Vampiros. Caso clássico da série que engana pelo nome, Buffy se tornou um objeto de culto, um fenômeno que definiu uma geração, uma peça fundamental para a atual era de ouro que atravessa a televisão americana.

Apesar de ter brevemente mostrado o conceito do seriado no fracassado filme homônimo de 1992, Joss Whedon, o criador, conseguiu ter passe livre para levar seu sonho ao mundo com a estreia do seriado em 1997, muito elogiado pela critica. A série reunia uma pegada sombria que reinava na televisão naquela época (graças a fotografia escura de Arquivo X), com filmes de adolescente e o principal: um senso de humor irresistível. Nunca esquecendo de mencionar os maravilhosos diálogos, por mais fraco que fosse o episodio tinha muitas cenas que se salvavam. Em homenagem aos 20 anos da estreia da série, faço uma análise temporada por temporada para tentar explicar ao leitor o por que eu prestigio tanto essa série e, como após tantos anos, ainda continuo assistindo.

TEMPORADA 1: O INICIO



Pobre primeira temporada, sempre levando o titulo de bobinha ou fraquinha. Mas na verdade, qual show já nasce perfeitinho desde o começo sem passar por algumas modificações? A critica já ovacionou Joss Whedon nestes 12 primeiros episódios graças as metáforas que ele e os demais roteiristas utilizaram para mostrar as angustias dos adolescentes. Qual jovem nunca se sentiu invisível ao ser excluída por outros como Marcie em Fora da Mente, Fora da Visão? Ou então encarar o começo do amadurecimento como Buffy em A Garota da Profecia? O primeiro ano nos proporcionou a incrível química entre o quarteto Buffy, Willow, Xander e Giles e as participações hilárias da rainha Cordélia que aparece pouco mas sempre causando. 

MELHOR EPISODIO: A GAROTA DA PROFECIA
PIOR EPISODIO: EU ROBÔ... VOCÊ JANE


TEMPORADA 2: CLÁSSICO ABSOLUTO



A segunda temporada empata facilmente com terceira como a melhor fase do show. Nenhum capitulo ruim, os roteiristas no auge da criatividade e uma grande reviravolta: o mocinho Angel se transformando num sádico e perigoso vilão. A química entre o elenco está mais impressionante do nunca. A amizade até então inabalável do grupo passa por testes quando Cordelia e Xander começam um namoro para tristeza de Willow. Ao mesmo tempo, a garota conhece Oz um monossilábico guitarrista. Um pouco do passado de Giles é descoberto em A Idade das Trevas. E Buffy sofre sua primeira grande decepção quando Angel vira um grande vilão após transar com a garota. 

MELHOR EPISODIO: A PAIXÃO
PIOR EPISODIO; A MÚMIA INCA


TEMPORADA 3: O FENÔMENO NO AUGE




Querida por muitos fãs, a terceira temporada é considerada o auge da série. Continuando a leva de bons episódios, o ano 3 traz a gangue do Scooby encarando o fim do colegial (de modo mais explosivo e épico possível), perdas e inícios de namoros. Tem o surgimento da ardilosa caça vampiros Faith que aprontou muito com Buffy e seus amigos, graças a sua simpatia com o lado sombrio. E a inclusão de alguns personagens que se tornariam fixos nos próximos anos como Anya e Wesley.

MELHOR EPISODIO: REPAROS E O ALCANCE DA VOZ 
PIOR EPISODIO: NENHUM, MAS O MAIS FRACO PODE SER PÃO DE GENGIBRE



TEMPORADA 4: ENCARANDO A VIDA ADULTA



A irregular quarta temporada começa sem Angel e Cordélia que se mudaram para Los Angeles para estrelar a série Angel. É praticamente um recomeço numa série que nunca ficou presa muito tempo num estilo de narrativa. Buffy, Willow e OZ vão para a faculdade e Xander e Giles viram os senhores do ócio. Para um seriado que nunca teve episódios ruins, o quarto ano teve capítulos abaixo da qualidade da série principalmente aqueles envolvendo os vilões da vez A Iniciativa e o novo namorado da heroína, Riley. A certinha Willow impressiona todos ao se envolver num romance lésbico com a tímida Tara. E as participações recorrentes de Spike fazem o personagem crescer dentro da série.

MELHOR EPISODIO: A CALOURA E SILENCIO
PIOR EPISODIO: CERVEJA MÁ, A INICIATIVA, ONDE AS LOUCURAS ACONTECEM


TEMPORADA 5: FIM DE UMA ERA


Buffy sofre duras perdas, entre elas o chato namorado e a mais sentida: a morte de sua mãe. Os personagens encaram as dificuldades da vida adulta e os laços de amizade estão mais fortes do que nunca. Anya ganha as vezes de personagem fixa e toma o lugar do Cordélia no quesito linguá afiada. Spike acaba se tornado o principal personagem masculino. Surge Dawn a irmã de Buffy que foi criada para a heroína proteger a humanidade de uma deusa que quer causar a destruição. Ela é Glória e seu peculiar senso de humor. E também temos o comovente sacrifício de Buffy num dos melhores momentos da série.

MELHOR EPISODIO: ESTE CORPO E O DOM
PIOR EPISODIO: FUI CRIADA PARA TE AMAR


TEMPORADA 6: A COISA MAIS DIFÍCIL NESTE MUNDO É VIVER NELE



A controversa e polemica sexta temporada traz as consequências da ressurreição de Buffy. A personagem volta séria, distante e nitidamente deprimida. Não é para menos, ela estava no paraíso e foi tirada de lá pelos seus amigos. Agora vive num inferno. Ao mesmo tempo que trás momentos polêmicos (Buffy sofre uma tentativa de estupro por Spike, Willow vilã e Xander com medo de se casar) o sexto ano trás o famoso episodio musical, considerado uma dos melhores já produzidos para uma série de TV.

MELHOR EPISODIO: MUITO MAIS, COM SENTIMENTO
PIOR EPISODIO: BARGANHA PARTES 1 E 2


TEMPORADA 7: A ESCOLHIDA


O retorno do colégio Sunnydale parece ter criado uma espécie de retrocesso no enredo da série. Houve capítulos cujo tema já vinham sido explorados anteriormente (Ele apresenta as mulheres da cidade encantadas por um jovem igual o feitiço que Xander usa em Enfeitiçados, Entediados e Confusos e Mesmo tempo, Mesmo Lugar onde o sentimento de culpa de Willow faz ela ficar invisível para os amigos tal qual acontece em Fora da Mente, Fora da Visão). Buffy passa por poucas e boas como treinadora das caça vampiros em potencial. Temos o retorno de Faith e o final sem sentido da série pois na época havia uma esperança de renovação.

MELHOR EPISODIO: CONVERSANDO COM GENTE MORTA E O CONTADOR DE HISTÓRIAS
PIOR EPISODIO: ELE