Fazem 4 anos que não atualizo meu blog Badfish por vários fatores, entre eles incluem a falta do meu interesse pessoal que concluiu que meus textos tolos não estavam me levando para lugar algum, outro motivo foi a explosão dos canais no youtube falando sobre cultura pop levando os blogues a ficarem desinteressantes (afinal, ver um vídeo as vezes é mais interessante do que lê artigos). Mas um infeliz motivo me fez voltar a publicar algo no meu blog. Uma carta ao meu cachorro Max. Uma carta que ainda não tive coragem de publicar nas minhas redes sociais devido a esperança que eu tenho que o Max reapareça. Explico.
Dia 23/12/2021 meu cachorro Max fugiu de casa ao escapar por debaixo das pernas da minha tia que foi jogar o lixo fora. A principio, não nos preocupou, Max nunca ficou mais de 5 minutos na rua pois é muito medroso e voltava logo. Mas, desde então (este artigo escrevo em 27/ 12/2021 as 14h31), ele não apareceu. Eu fiquei horas procurando por ele em boa parte do bairro onde moro em Curitiba durante 4 dias e nenhum sinal dele. Eu postei cartazes em vários grupos de cães perdidos na cidade, acionei meu sobrinho procurar por ele de moto. Nada. Isso me encheu de tristeza e acabou com meu natal. Que sensação horrível ver as postagens de amigos no Facebook e Instagram com todos felizes comemorando o nascimento do menino Jesus. E eu clamando para um milagre do menino Jesus trazer o Max pra casa de volta.
Apesar de não ter perdido ninguém na família este ano por COVID ou qualquer doença, sinto no fundo que perdi o Max para sempre. Tento ser positivo e ter bons pensamentos, mas será que ele volta? Conversei com amigos e disseram já terem visto casos de cachorros que voltaram 10 dias depois pra casa. Mas e o Max? Será que ele achará o caminho de casa?
Eu tenho uma relação estranha com o Max. Era contra a vinda dele pois não fazia nem uma semana que havia presenciado a morte do meu cachorro Bê, mas é impossível não se encantar com um filhote de cachorro. Max veio para casa com apenas alguns dias de vida e conquistou meu coração ainda magoado com a morte do Bê. Desde novinho, ele já apresentava um comportamento completamente diferente do Bê, enquanto meu cachorro anterior era carinhoso, tenro, amável e calmo, Max sempre foi arteiro, bagunceiro, e, conforme foi crescendo latia muito e bem alto para o terror dos vizinhos. Em certas ocasiões me mordeu como se eu fosse seu inimigo, mas só queria dar banho nele. Este comportamento tempestuoso dele me fez dar o apelido de selvagem.
Não guardo nenhum rancor do meu selvagem, nem das vezes que ele me mordeu muito forte e nem do fato dele ter um amor incondicional pela minha tia, latindo e fazendo escândalo quando ela sai ou chega, enquanto pra mim é só um rabo abanando e pedido para eu fazer carinho nele. Eu sempre soube que o Max ama minha tia mais do que a mim, mas eu amo ele mesmo assim. Engraçado eu achar que o Max não gosta tanto assim de mim, mas minha tia me conta que ele vai até o portão de casa todos os dias as 17h00 me esperar chegar do trabalho. Eu chego as 18h40. Max me ama do jeito dele.
Tivemos o prazer da companhia do Max por 6 anos (seu sétimo aniversario será completado em 07 de abril de 2022), mesmo ele sendo selvagem, fazendo xixi por todos os cantos da casa, não demonstrando muito amor por mim, eu amo meu selvagem e, qualquer que seja o destino dele, continuarei amando o Max assim como até hoje amo o Bê. É aquela frase clichê, né? Amor de cachorro, é o amor mais sincero que você conhecerá na vida.
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