Com o novo longa da franquia Star Trek estrando nos cinemas, as atenções voltam ao passado e sites e revistas lembram do legado que o criador Gene Rodemberry deixou. Sua ideia de um futuro onde homens e mulheres independente de raça e credo conviveriam harmoniosamente, foi transferida para cinco series de TV diferentes. Considerada a patinho feio da turma, Jornada nas Estrelas - Voyager tentou provar ser tão digna quanto as suas irmãs Serie Clássica, A Nova Geração e A Nova Missão. Mas foi uma longa e tumultuada jornada.
A serie estrou em 1995 um ano após o fim da bem sucedida Jornada nas Estrelas - A Nova Geração e com Jornada Nas Estrelas - A Nova Missão no auge do sucesso. Sua tarefa não era fácil, ela seria o carro chefe da programação do recém criado canal UPN (hoje The CW), diferente de suas irmas que eram exibidas no formato Syndication, onde qualquer emissora de TV dos 50 estados americanos podiam comprar os seriados. O show estreou em 1995 recheado de expectativas. Primeiro, por que seria a primeira serie da franquia a ser estrelada por uma mulher como capitão. E depois, efeitos especiais de primeira estava sendo utilizados. O seriado contaria a historia da nave estelar Voyager comandada pela capita Katherine Janeway (Kate Milgrew) que durante uma missão é enviada para tão longe da Terra que levaria cerca de 75 anos em velocidade máxima para voltar ao lar. Com cerca de um mês no ar, o seriado desapontou e caiu nas garras afiadas da critica e até do publico. Vejam só, ate os nerd tem bom humor já que disseram na época que, na primeira vez que entregaram o comando de uma nave estelar a uma mulher, ela a enviou para os confins do espaço. Preconceito ou brincadeiras a parte, Voyager no inicio trilhou o mesmo caminho de que A Nova Geração e A Nova Missão passaram. O conteúdo os primeiros episódios eram muito enfadonhos. Cheio daquela linguagem as vezes confusa do universo trekker. E o bom tema que tinham em mãos (uma tripulação longe de casa, convivendo com vários perigos) não foi bem explorada dramaticamente.
No alto: Kim, Doutor, Tuvok e Neelix. Em baixo: Sete de Nove, Chakotay, Janeway, Tom e B'Elana. Elenco principal em foto da quarta temporada. |
Muitos culpam os personagens criados para o programa que não tinham o mesmo carisma das series anteriores. O foco das missões sempre acaba em torno de Janeway que, até a terceira temporada, era a personagem mais bem construída. Mas a capitã, logico, não era a unica a aparecer. Faziam parte da tripulação o primeiro oficial Chakotay (Robert Beltran) de uma raça inimiga que tem que conviver com os tripulantes humanos, a engenheira era B'Elana Torres (Roxana Dawson) uma klingon de sangue quente, o piloto rebelde Tom Paris (Robert Duncam Mcneill), o alferes Herry Kim (Garret Wang), o vulcano Tuvox (Tim Russ) e os alienígenas Neelix (Ethan Phillips) e Kes (Jennefer Lien). A figura mais querida do publico, entretanto, era o doutor holográfico (Robert Picardo).
O seriado demorou a decolar, com o perdão do trocadilho, culpa dos próprios roteiristas que caíram na armadilha de dar enfase a história da semana deixando para trás um fator importante: o desenvolvimento dos personagens. Muitos deles como Kim, Neelix e Kes eram figurantes de luxo, aparecendo poucas vezes apenas para dizer duas ou três frases. Infelizmente, os produtores de Voyager demoraram quatro temporadas para dar um gás novo ao show que corria o risco de ser cancelado pelo alto investimento com um audiência pífia. Os próprios trekkers (fãs das series Star Trek) não viam Voyager com bons olhos sempre boicotando a fama da serie. A solução foi pegar o que as series irmãs tinham de melhor e dar uma injeção de animo. Foi dolorido, o publico presenciou a morte de Kes e a entrada triunfal de Sete de Nove (Jeri Ryan). Sete fazia parte dos Borg uma raça que tenta conquistar outras raças assimilando-as. Esses inimigos deram muito trabalho para o capitão Picard (Patrick Stewart) e seus tripulantes da Enterprise n'A Nova Geração.
A entrada de Sete chamou a atenção de novos e velhos fãs por duas principais razões: o fator sexy e a volta as origens. A atriz Jeri Ryan vestia um modelito tão apertado que deixava suas - belas - curvas acentuadas. Na época ela declarou: "o primeiro uniforme era tão apertado que eu ficava com falta de ar. E também, quando sentia frio, era possível ver meus pelos arrepiados". Mas o sacrifico de Jeri valeu apena. A personagem automaticamente caiu nas graças do publico, pois se tinha um que de Data (Brent Spiner) ali. Personagens como Data e Spock que sempre tiveram curiosidade sobre os humanos ficaram muito queridos pelos fãs. Claro que nem só a entrada desta personagem ajudou a serie a ficar melhor. As historias passaram de razoável para bom, ótimo e até excelente. Como o emocionante capitulo onde Barclay tenta desesperadamente entrar em contato com a Voyager e Deanna Troy da Nova Geração tenta ajudar o amigo que esta obcecado com isso.
Por que será que ela aumentou a audiência da série? |
Entre altos e baixos e erros e acertos, Jornada nas Estrelas - Voyager saiu do ar em 2001 após sete temporadas produzidas com 170 episódios filmados. Com certeza, não é a serie Jornada mais querida e muito menos a mais popular, mas ela não ficará largada no limbo das series obscuras. Para quem quer conhecer ou sente saudades deste programa, o canal a cabo SyFy exibe o seriado todos os dias as 04h00 e 10h00. No momento, estão exibindo a fase em que Sete entra na história e deixa tudo ainda mais interessante.
fotos: divulgação
2 comentários:
Olá. Desculpe, estou no fim da bateria do tablet aqui, mas tinha que comentar!
Apesar de alguns errinhos (exemplo: Kes não morre, apenas abandona a Volyager), seu texto está sensacional! Meus parabéns!
P.S.: Estou assistindo agora mesmo, em DVD. Comprei a série toda no Mercado Livre e já deve ser a 7º vez que assisto do início! LOL
Meus Deus. Estou m 2021 e já assisti 4 vezes. Dizer q voyager não tem carisma e ser a menos popular me desculpe. Amo o universo trekker e em geral todas são maravilhosas em seus tempos.
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