CONSIDERAÇÕES SOBRE O SPIRIT AWARDS 2016

Foi ao ar no sábado dia 27 de fevereiro a cerimonia de entrega do Spirit Awards 2016 que prestigia os filmes produzidos por produtoras independentes. Curiosamente, são quase os mesmos indicados ao Oscar. Alias, essa não é a unica coincidência com o premio da Academia já que, a mais de 30 anos, o Spirit é realizado um dia antes do que o Oscar sábado a tarde (no Brasil, as 19h00).

A cerimonia é super simples, mesmo para os padrões de Hollywood. Uma grande tenda é montada a beira mar em Santa Monica e a disposição dos artistas é realizada através de grandes mesas onde elenco e produção dos principais indicados ficam. Não existem vestidos super glamourosos, atores e atrizes ficam bem mais relaxados nessa questão. Uma das coisas que mais irritam os fãs desse tipo de produção é o excesso de comerciais e aqui não foi diferente. Com um diferencial bem mais grave, se você for fluente em inglês, pôde curtir na boa a transmissão do Paramount Channel que não contou com traduções simultâneas e nem comentários especializados. A reprise da atração vai ao ar no canal terça dia 01 de março as 22h00 em versão legendada.  Abaixo, a relação dos vencedores:

Melhor Filme: Spotlight

Melhor Diretor: Tom McCarthy, Spotlight

Melhor Atriz: Brie Larson, Quarto

Melhor Ator: Abraham Attah, Beasts of No Nation

Melhor Coadjuvante Feminino: Mya Taylor, Tangerine

Melhor Coadjuvante Masculino: Idris Elba, Beasts of No Nation

Melhor Fotografia: Ed Lachman, Carol

Melhor Filme Internacional: Filho de Saul

Melhor Roteiro: Tom McCarthy e Josh Cantor, Spotlight

Melhor Documentário: The Look of Silence

Melhor Montagem: Tom McArdle, Spotlight

Melhor Roteiro: Marielle Heller, O Diário de uma Adolescente

Melhor Primeiro Roteiro: Emma Donoghue, Quarto de Jack

Prêmio John Cassavetes: Krisha

Prêmio Robert Altman: Spotlight

Discrição e leveza: marca registrada da premiação

Mya Taylor: atriz coadjuvante

Melhor ator: Abraham Attah

Melhor atriz: Brie Larson

Não bastasse dois Globo de Ouro, Idris Elba levou o Spirit de coadjuvante

LAÇOS DE FAMÍLIA REESTREIA NO CANAL VIVA

Uma das novelas mais emblemáticas da historia da rede Globo ganha uma segunda reprise, desta vez de modo integral no canal pago Viva. Laços de Família de 2000 pode ser acompanhada de segunda a sábado as 23h45 com reprises as 13h30. Foi uma novela repleta de personagens fortes sabiamente criados pelo escritor Manoel Carlos que não deixou a bola cair ao longo de 209 capítulos. A trama foi certamente a ultima de Maneco a ter uma historia concisa, sem enrolações e  protagonistas com dilemas que fizeram o publico se importar. Infelizmente, nas ultimas novelas do autor (Em Família, Viver a Vida e Paginas da Vida) o estilo clássico do autor de contar historias não cativou o publico.

Não custa lembrar a historia de Laços de Família : a bela medica Helena (Vera Fisher) acaba conhecendo o recém formado medico Edu (Reynaldo Gianecchini) e os dois se apaixonam. Só que a filha dela, Camila (Carolina Dierkeman) também se apaixona pelo moço e, junto a persistente tia de Edu, Alma (Marieta Severo), acaba conquistando ele. Helena abre a mão desse novo amor mas não fica muito tempo sozinha já que Miguel (Tony Ramos) um pacato pai solteiro é interessado por ela. Helena guarda um grande segredo que é a identidade do pai de Camila que vem a tona quando esta descobre ter leucemia e a unica salvação para garota seria um transplante de medula.  Helena tem que engravidar do pai de Camila que é Pedro (José Mayer) pois a criança pode ser a doadora ideal. Mais uma vez, a médica abre a mão de um amor pela filha, mas desta vez para salvar a vida dela.

Da direita para esquerda: Helena e Miguel, Edu e Camila, Alma e Danilo e Iris e Pedro

Assim como na novela anterior de Maneco, Por Amor (1997), o país entrou nas discussões promovidas pelo escritor seja aumentando o numero de doação de medula ou mesmo a partir do comportamento dos personagens. Alem dos personagens principais que foram mencionados acima também tiveram destaque Iris (Deborah Secco) a adolescente apaixonada por Pedro que atrapalha a vida de quem tenta se aproximar dele. A veterinária Cíntia (Helena Ranaldi) e seu dilema de resistir aos encantos do garanhão Pedro. Capitu (Giovana Antonneli) uma garota que tem que se prostituir para sustentar o filho e os pais. E o simpático casal Ivete (Soraia Ravenle) e Viriato (Zé Victor Castiel), ela melhor amiga e confidente de Helena e ele enfrentando seus próprios preconceitos devido a uma disfunção sexual.

Pedro de José Mayer: o garanhão da trama

 Esses e outros personagens tinham função clara na trama e ajudavam o escritor enquanto a trama principal fluía aos poucos. Alias, o grande temor da Globo era justamente que o câncer, uma doença tão famigerada, fosse assustar os telespectadores que poderiam achar tudo muito pesado. Mas foi outro tipo de câncer que abalou o inicio da trajetória de sucesso de Laços de Família. Contratado a peso de ouro pelo SBT, o programa do Ratinho era exibido ao mesmo tempo da novela global e a mistura de baixaria e exploração de misérias humanas tiravam muitos números de audiência da sofisticada cronica cotidiana de Maneco. Algumas soluções de emergência foram tomadas como o encurtamento da bela abertura ao som de Corcovado de Astrud Gilberto e Tom Jobim (por que a Globo muda a abertura de uma novela quando a audiência é baixa?), o avanço das tramas que estavam em banho maria (na verdade é o estilo de Maneco de criar empatia entre os personagens e publico para depois contar a historia) e é, claro, apimentando as cenas de amor entre Edu e Helena e Pedro e Cíntia. 

A bela e indecisa Cíntia de Helena Ranaldi

Uma das cenas mais emotivas da novela é quando Ciça conforta o pai pela perda do amor de Helena

Algum tempo depois, com as tramas já avançadas foi inserida a doença de Camila e o temor da Globo não passou do susto. A doença da garota fez explodir a audiência da novela ao ponto do capitulo em que Carolina Dieckman raspa a cabeça por que Camila começou a fazer quimioterapia foi o programa mais assistido durante o ano 2000. Aí a novela já tinha caído nas graças do publico com direito a uma antológica capa na revista Veja explicando os motivos do sucesso da novela. Alguma polemicas externas foram aumentando o interesse pelo publico como o fato de uma igreja proibir a cena de um casamento por considerar que a trama continha elementos que condiziam com a moral e bons costumes e a decisão de uma vara civil do Rio de Janeiro que proibiu os atores menores de idade participassem das gravações devido ao conteúdo de violência e sexo transmitidas pela novela. Laços de Família também foi a primeira novela exibida as 21h00 por que a classificação etária da novela foi indicada para menores de 14 anos.

Motivos não faltam para acompanhar esta que é uma das melhores obras de Manoel Carlos um autor que soube como ninguém prender o publico nos laços de sua novela.

ADEUS A BOA ESPOSA

Uma das séries mais elogiadas da TV aberta americana acaba de ter seu fim oficialmente anunciado. A rede CBS decidiu cancelar The Good Wife após 7 anos no ar. Exibida no Brasil no canal Universal, a não renovação do seriado não pegou os fãs de surpresa devido algumas noticias que circulavam na internet ultimamente. 

A primeira se referia aos criadores e principais roteiristas Robert e Michelle King que não iriam participar da série caso ela fosse renovada para uma oitava temporada pela CBS já que o contrato deles expiraria. Não é um caso de briga uma vez que os dois vão criar uma nova série para o mesmo canal. Outra noticia atingiu em cheia os fãs da série. Foi dito que a protagonista Julianna Margulies se recusou a contracenar com a atriz Archie Panjabi que interpreta o papel de Kalinda um dos destaques da produção. Quando Archie anunciou sua saída do show toda uma historia criando um fim digno para Kalinda foi criada. Em sua ultima aparição Kalinda e Alicia (personagem de Julianna) deveriam se despedir tomando um drink. Como no últimos anos o clima entre Julianna e Archie estava tenso a tocante cena final de Kalinda foi filmada sem a presença das atrizes contracenando e a edição tratou de fazer com que as duas estivem ali no mesmo local. Trucagem da televisão. Essa noticia "queimou o filme" da série e, principalmente da atriz principal, já que é muito mais comum do que imaginamos atores que se detestam mas mesmo assim contracenam. Faltou profissionalismo.

A polemica cena feita com ajuda de computador e edição de câmeras

Mesmo com os bastidores conturbados, The Good Wife se despede com status de uma das melhores séries dramáticas produzidas na TV aberta. Para entender o contexto é necessário explicar o cenário da TV americana. Ha anos as grandes redes (CBS, NBC, ABC e Fox) veem perdendo a audiência para as inovadoras séries da TV a cabo (HBO e Showtime, principalmente) e plataformas digitais (Amazon, Netflix). Diferente da concorrência, a TV aberta tem que tomar muito cuidado com o que se coloca no ar (no quesito seriados) pois o prejuízo é muito grande. Por isso, as grandes redes não investem em novos formatos se prendendo a séries comuns (aquelas onde o protagonista interagem com o caso da semana e pronto), remakes (Havai 5.0) e spin offs (Lei e Ordem, NCIS, CSI).  Quando, The Good Wife surgiu em 2009 foi um frescor de criatividade.

As mulheres da série: sempre fortes, no centro de azul, a criadora

A trama era focada em Alicia uma dona de casa que é obrigada e dar a volta por cima após os escândalos provocados pelo marido. Passando por dificuldades e com dois filhos adolescentes, Alicia decide voltar a profissão que se formou e passa a advogar no escritório de um colega da faculdade chamado Will (Josh Charles). Nesse terreno, ela tem um pouco de dificuldade de se adaptar aos métodos as vezes pouco ortodoxos de Will e sua sócia Diane (Christine Baranski), conhece a investigadora Kalinda e vira rival de Cary (Matt Czuchry) um jovem que faz de tudo para subir de cargo no escritório. Durante 7 temporadas, Alicia deixa o nome da série de lado (a boa esposa) e passa a ser cada vez mais pratica e decisiva em seus casos, geralmente, sempre ganhando algum caso mesmo que o cliente não seja inocente.

Elenco da sétima temporada

Apesar de nunca ter sido um estouro na audiência, a série tinha o prestigio da critica e colecionava os principais prêmios. A própria trama foi se emoldurando e se transformando deixando de lado as historias de tribunais um pouco de lado e focando em politica. Os bastidores da politica e advogacia ganharam um foco inédito e, muitas vezes, surpreendente. Todos eram manipulados ou manipuladores. Outro destaque da série foram as participações especiais de atores como Michael J. Fox (fazendo um advogado que aproveitava de sua doença para se fazer de bonzinho), Stockard Channing, Dylan Baker, Amanda Peet, Mamie Gramer (filha de Meryl Streep), Matthew Perry e muitos outros que só ajudaram a contribuir com essa série que deixará saudades. 

MUSAS BADFISH: HANNAH SIMONE

HANNAH SIMONE

A bela morena inglesa brilha na pele da modelo Cece na série New Girl em exibição no canal Fox Life. Dona de um cabelo e um penteado invejado pelas mulheres, Hannah nasceu em Londres e é filha de pai indiano e mãe inglesa logo se mudou para o Canadá onde morava perto de estúdios de cinema e televisão, onde começou a carreira de apresentadora. Conseguiu o papel fixo de Cece após varias tentativas em produções de baixo orçamento e pontas em séries de TV.