Estávamos nos aproximando do ano 2000. Em toda a mídia havia uma certa expectativa com relação ao fim do mundo que ocorreria nesta data. Os homens davam sinais que cada vez estavam mais descontrolados ao ponto de não se importarem uns com os outros (isso não mudou muito dez anos depois). Nesse clima apocalíptico e desesperador Chris Carter (que naquele momento colhia os louros - e a grana - da fama de Arquivo X) criou o seriado Millennium. Um estudo perturbador e descrente da raça humana.
O programa mostrava o agente do FBI aposentado Frank Black (o excelente ator Lance Henriksen) que se mudou com sua familia no piloto da série para a chuvosa Seatle. O descanso de Frank não durou muito, pois ele foi procurado por Peter Watts (Terry O'Quinn, de Lost) que ofereceu para nosso héroi um cargo de consultor para crimes hediondos. Watts trabalha para o grupo Millennium, uma organização especialista no comportamento (irracional) humano, principalmente envolvendo crimes. O carrancudo agente foi o escolhido não só por ser bom no que faz, ele possui um dom de ver pelos "olhos do assassino", desvendando cenas dos crimes apenas com flashes dos momentos de dor enfrentados pelas vitimas.
Com uma primeira temporada estreando em 1996 considerada violenta e densa, Millennium teve a sua média de audiência semanal caindo cada vez mais. Na verdade o publico, esperava que a nova criação de Chris Carter fosse um novo Arquivo X, e desde o primeiro momento o seriado se mostrava diferente optando por apresentar a vida pessoal do protagonista e os casos da semana recheados de cenas com violência e sexo. No geral, um clima bem pesado. Esses episódios do primeiro ano eram irregulares e os roteiristas cairam na famosa armadilha que muito seriado passa, ter um caso da semana, isso é um pouco repetitivo. Aos trancos e barrancos a FOX, que produzia e exibia a atração nos EUA, renovou Millennium para uma segunda temporada.
Com o criador Carter mais preocupado em cuidar de sua galinha do ovos de outro (os agentes Mulder e Scully) ele delegou a produção da segunda temporada para os amigos Glen Morgan e James Wong. A dupla, criadores dos melhores episódios de Arquivo, deram um novo gás para série, introduzindo um elemento muito especial: o humor negro. Neste segundo ato das aventuras de Black ele teve seu casamento com Katherine (Megan Gallagher) acabado ao misturar suas investigações com a vida pessoal, descobriu os podres do Grupo Millennium mas também teve dois de seus melhores episódios produzidos: em A Maldição de Franck Black (sétimo da segunda temporada) o consultor passeia com sua filha Jordan (Britanny Tiplady) na noite de halloween e é perseguido por seus passado e por estranhas coincidências envolvendo o numero 268. Quatorze capítulos depois somos apresentados a uma pequena pérola chamada Demônios onde quatro capetas se reúnem para falar mal do humano que eles mais odeiam: Frank. Como se não bastassem esses momentos inspiradíssimos, somos apresentados ao emocionante A Meia-noite do Século (que traz a morte do pai do agente) e o hilário A Crença (o primeiro encontro com Arquivo X que tras um personagem surgido naquele seriado). Tamanho esforço por parte dos produtores não foi suficiente para atrair grande audiência para o programa, pelo contrario, o tornou mais cult, então a FOX deu outro ultimato e Millennium mudou novamente.
Em seu terceiro e ultimo ano, Frank agora é viuvo (Katherine foi assassinada no final da temporada anterior) e presta serviço de consultor direto para o FBI ao lado da agente Hollins (Klea Scott). Os episódios voltam para as investigações de campo como no primeiro ano e um clima de admiração alá Mulder/Scully aparece entre os agentes parceiros. Nesta fase o destaque é o episódio 30 Anos Depois em que um filme sobre Frank Black está sendo produzido em Hollywood e Frank faz os serviços de consultor dele mesmo (!), o humor negro voltou a aparecer neste capítulo que teve direito a homenagens a série irmã e a participação da banda Kiss. Mas no geral o clima denso da série assustava os espectadores de tal maneira que a FOX cancelou o show.
A ultima aparição de Black foi no episódio Millennium da sétima temporada de Arquivo X. A participação do agente foi ofuscada por que neste capitulo Mulder e Scully trocaram o primeiro beijo na boca. Nesta história, Frank estava num manicômio dando a entender que os eventos trágicos do ultimo capitulo do seriado fez mal para ele. Ao final, ele dá as mãos para sua pequena filha e vai embora daí o famoso beijo dos agentes acontece. Confesso que este capitulo foi bem decepcionante, uma ótima maneira de dar um fim justo para o fantástico personagem interpretado por Henriksen foi um pouco desperdiçado.
No fim, Millennium se mostrou um seriado que sempre teve coragem de inovar, na sombra de Arquivo X é verdade, mas mostrando muito da perversa mente humana. Após seu final, Lance Herikensen se envolveu com teatro a fez participação em filmes e também nos primeiros capítulos da novela da Record Os Mutantes. No final do ano passado, uma noticia animou os fãs. Herikensen, Carter e o roteirista Frank Spotonitz estão em adiantadas conversas para fazer uma versão de Millennium em filme. Não seria uma produção para o cinema, mas sim um telefilme que teria, inclusive, a participação de personagens coadjuvantes de Arquivo X como Jonh Dogget (Robert Patrick), a informação completa está no seguinte site: http://www.popcornmonster.com/2011/02/09/millennium-veterans-express-interest-in-bringing-back-millennium-in-the-form-of-a-tv-movie/#more-6231
Se voce não entedeu nada é só usar o google tradutor que da pra ler todos os detalhes. Uma ótima noticia para fãs como eu que acharam esta série sensacional e torce para que ela vá alem.
Lance Herikensen é um ótimo ator que
além de interpretar um agente e consultor do
FBI já fez filme da série Alien e já participou de
novela brasileira.
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