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sábado, 28 de junho de 2014

BAU DAS SÉRIES OBSCURAS: THE NEWSROOM

BASTIDORES DE UM FICTÍCIO TELEJORNAL, MAS COM NOTICIAS REAIS, FAZ O ESTILO AME-O OU DEIXE-O.



"A América não é mais o melhor país do mundo".  Uma das frases iniciais de The Newsroom (Sala de Impressa, titulo em português) pode ser feita para chocar, mas numa época onde cada um se importa mais consigo, a discussão sobre a importância dos Estados Unidos para os dias de hoje, é irrelevante. Talvez o fato de pouco nos importamos o que acontece na terra do Tio Sam (a não ser que tenha a ver com algum artista!) tenha feito a primeira cena deste drama ser pouco impactante. A não na hora em que Will McAavoy (Jeff Daniels) vira uma metralhadora giratória que diz o que pensa. Mas o discurso inflado do jornalista, outra vez, fica melhor para os americanos do que para nós.

Tirando o regionalismo todo, The Newsroom é ótimo para quem quer saber como funciona a redação de um telejornal. No drama saído da mente do mesmo Aaron Sorkin de West Wing - Nos Bastidores do Poder e A Rede Social, Will é O cara. Expert e perspicaz, o homem nem precisa de teleprompter para ler as noticias que vão ao ar. Ao voltar de ferias, ele vê parte da equipe e o produtor de seu telejornal Don (Thomas Sadoski, o personagem que cria antipatia na primeira cena) se mandarem para outro programa. Seu chefe Charlie (Sam Waterson, de Lei e Ordem) tem a ideia de trazer a brilhante Mackenzie (Emily Mortiner) ex namorada de Will e uma competente produtora executiva de programas para fazer parte da equipe. Acontece que os dois foram namorados e os motivos do rompimento criará um ambiente constrangedor para ambos. 

A equipe de McAvoy ainda é formada por iniciante mas esperto produtor Jim (John Gallanger Jr.), a namorada de Don e assistente de Will, Maggie (Alisson Pill), o redator Dev (Neal Sampat), entre outros. Cercado de jovens inexperientes, porem cheio de boa vontade, Will tentará criar um novo tipo de telejornal para "alfabetizar" a população americana e abrir seus olhos para o mundo. 

Cartazes de divulgação da segunda temporada


O discurso do criador Aaron Sorkin deixa claro seu descontentamento com a America dos dias de hoje. Um país orgulhoso de si, mas em plena decadência social com atitudes e decisões questionáveis e não muito bem vistas pelo outros países e isso antes do que Edward Snowden revelou ao mundo. A grande sacada do roteiro foi fazer os acontecimentos da séries se passarem em 2010. Com essa carta na manga, Sorkin faz acontecimentos reais se misturarem com o enredo. Mas em certos momentos as discussões e bate bocas entre os personagens tem mais importância na trama. Isso torna The Newsroom a série menos HBO da HBO, parecida muito com séries da TV aberta. Em certos momentos, até uma musica romântica toca ao fundo no final do episodio alá Grey's Anatomy. Até a abertura da série lembra qualquer seriado das grandes redes com o elenco sendo apresentado em cenas sorridentes e confiantes.

Talvez essa simplicidade de The Newsroom faça ela ser bem aceita. Se você ficou fã da novela Avenida Brasil pelas cenas onde os personagens falam muito e ao mesmo tempo, aqui é o seu lugar. Ah, só pra contar, a produção americana surgiu antes. Alguns críticos consideraram o seriado com personagens mal construídos e bem distante da realidade. Pobre Aaron Sorkin, deixou seus fãs mal acostumados com tanta complexidade que, quando entrega um produto mais simples, acaba alvo de criticas. A HBO decidiu cancelar a série ao final da terceira temporada que estreia em meados deste ano.

   

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