Mais do que viver o presente, é preciso sempre olhar o passado para não esquecer quem você é realmente. Hoje você pode ser um gênio multimilionário, mas tenho certeza absoluta que você também já foi uma criança ranheta. Antes mesmo de me considerar fã de cultura pop em geral, eu já gastava um bom tempo em frente a TV vendo filmes, assistindo séries e desenhos. Na década de 80 (sempre ela) o SBT era a emissora campeã em reprisar filmes. Por causa desse detalhe, pude assistir a muitos filmes incontaveis vezes. Entre eles está Um Lobisomem Americano em Londres (An American Werewolf in London).
É com esse clássico, que completa 30 anos agora em 2011, que eu abro a nova seção "Meus filmes, minha vida", meu jeito de analisar meu passado por meio dos filmes que eu assiti. A pelicula conta a tragica historia dos amigos David (David Naughton) e Jack (Griffin Dunne) que decidem passar as férias na Inglaterra. Chagando a um local remoto eles entram no bar O Cordeiro Massacrado e são advertidos pelos estranhos moradores para não sairem a noite. Jovem que é jovem nem dá bola para que os velhos falam e os caras saem no meio do nada numa noite chuvosa de lua cheia. É nesse cenário assustador que os dois são atacados sem dó por um criatura enorme, numa cena muito assustadora. David é levado inconsiente cheio de arranhões para um hospital em Londres, já Jack não tem tanta sorte. Segundo a lenda, quem é atacado por um lobisomem e vive acaba virando um. Sem dar muita importancia, David prossegue a vida e se apaixona pela enfermeira Alex (a bela atriz Jenny Agutter). Até que chega outra noite de lua cheia e a maldição aparece.
O filme, apesar da minha sinopse sombria, é o primeiro representante do genero terrir. Ou seja, na parte para assustar era assustador (como na cena em que David, já como o lobo, persegue um homem no metrô), e nas outras, uma comédia quase escrachada. Nos extras de 25 anos do filme, na entrevista com o diretor Jonh Landis, ele contou que resolveu usar o humor negro para aliviar tanta tensão gerada pelas cenas de terror. O resultado é que o filme parece uma montanha-russa de emoções, como após a cena do primeiro ataque em que somos direcionados a Londres e um detetive de policia bem desastrado aparece ou quando Jack volta aparecer para David como uma assombração e acha a morte muito divertida - uma curiosidade, a cada vez que ele aparece seu visual é mais deteriorado, num show de maquiagem. Um meio de cortar a tensão e driblar o estudio Universal que achava o filme muito violento. E ele é mesmo.
O truque para assustar usado pelo diretor é o mesmo usado por Ridley Scott em Alien - O Oitavo Passageiro. O segredo é não mostrar a criatura. Falando nela, graças a Rick Baker esse filme é cult até hoje. Sua maquiagem e efeitos visuais são consideradas perfeitas e a primeira cena de transformação do protagonista na criatura é de arrepiar. Tal feito garantiu a criação do Oscar em maquiagem, garantido por Baker. Uma espécie de continuação foi lançada em 1997 chamada Um Lobisomem Americano em Paris, mas muito inferior. Ele não possui nenhuma participação dos envolvidos na produção original. Tem certas coisas que tem deixar os profissionais fazerem.
Jack após morto: Show de maquiagem.
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