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domingo, 1 de dezembro de 2013

25 ANOS DE SUBLIME


Era o verão de 1988 quando o Sublime fez seu primeiro show oficial em sua cidade natal, Long Beach na Califórnia EUA. O que era pura diversão, a partir daí, se tornou coisa séria para Bradley (vocais e guitarra), Bud (bateria) e Eric (baixo). O trio não virou a sensação como Red Hot Chilli Peppers, que surgiu no mesmo tempo e Brad nunca será citado entre os artistas que morreram com 27 anos, mas para seus fãs, suas musicas, as letras polemicas e toda a energia que banda transmitia através delas, ficará marcada para sempre em suas memórias.

                                                              Dois litros de bebida
Diga-me você é um peixe ruim também 
(Você é um peixe ruim também?)
Não tenho dinheiro para gastar
Eu espero que a noite nunca termine
Deus sabe que eu estou fraco
Será que ninguém vai me tirar deste recife?

trecho de Badfish do álbum 40 Oz to Freedon, 1992.

Assim como 99,9% das pessoas, conheci o Sublime através da musica Santeria que invadiu as rádios brasileiras em 1996. A guitarra chorosa e a voz melosa de Brad ficaram marcadas em minha mente e corri para comprar um CD de coletâneas de uma revista que trazia Sublime como um dos destaques. Pobre Khaoe, que era inocente o suficiente para não comprar logo o álbum da banda. A segunda musica que eu (e mais 99,9% da pessoas) conheceu foi What I Got. Depois veio Wrong Way e Doin' Time. Então tive que comprar o álbum Sublime de 1996 que eu achei um máximo com a foto de um cara com uma tatuagem com o nome da banda. Depois que virei fã é que descobri que o cara era Bradley e que ele havia morrido. Não haveria mais o Sublime, a primeira banda que virei fã de verdade. 

Agora eu tenho a agulha
E eu posso tremer
Mas não posso respirar
Você pode me tirar isso, mas eu quero cada vez mais e mais
Um dia vou perder [essa] guerra

trecho de Poolshark do álbum Robbi'n the Hood

Não sei se sinto pena ou culpo Brad por ele ter morrido de overdose de heroína. Por causa disso, a banda interrompeu uma carreira que poderia ter sido - ou não - bem sucedida. O vocalista foi vitima de um trauma na infacia onde viu seus pais se separarem. Quando ele entrou na adolescência, passou a conviver mais com o pai que morava nas Ilhas Virgens e o deixava mais a vontade. Nesse período, Brad conheceu o reggae, as ervas e as bebidas.  Este trio foi fundamental para sua formação e decidiu seguir carreira musical. Ele conheceu Eric e  formaram uma banda chamada Hogan's Hero. Um tempo depois, Bud surgiu e eles decidiram formar o Sublime. Segundo biografias, Brad caiu fácil na tentação das drogas e subia ao palco visualmente tomado por elas. Ele viveu intensa e perigosamente. Algumas letras faziam apologia ao uso das drogas, outras ele confessava que estava se entregando. Mesmo com a ajuda da família e amigos ele se tornou um viciado.

Eu e minha garota temos esse relacionamento.
Eu gosto tanto dela mas ela me trata tão mal
Estou preso como em uma penitenciária
Ela espalha seu amor por todo lugar
E quando ela chega em casa não sobra nada para mim
                              
                                                                                   trecho de Doin' Time do álbum Sublime (1996).

A banda criou um estilo único. Nenhuma musica era igual a outra, obviamente, mas digo no sentido do ritmo. No álbum de estreia, 40 Oz to Freedon (1992), era uma mistura de rock, punk, reggae, surf music, hard core. Essa mistura toda formou a fama da banda. que, com o relativo sucesso do primeiro disco garantiu um contrato com uma gravadora que lançou o polemico Robbi'n The Hood (1994). O estilo era bem diferente novamente. E o rap dominou algumas faixas. Mas Brad tinha planos alem  mar da Califórnia e com a ajuda de um amigo e produtor fizeram Sublime (1996), o álbum repleto de hits, entre eles o mais conhecido Santeria. Mas Brad nem chegou a sua banda a fazer sucesso. Nem seu filho crescer. Ele morreu no inicio do fama mundial.

Bradley Nowell era um poeta. Mesmo que suas letras falem sobre drogas ele foi o autor de frases como "fumo dois baseados e eles me deixam legal" e "as vezes eu amo mais você do que a mim mesmo". Até hoje curto sua musica, sua obra. A banda e a vida, continua.





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