Com três episódios exibidos, já dá para se fazer um balanço da quinta temporada da série Homeland. A nova leva de episódios, sem previsão de exibição no Brasil, mostra mais uma tentativa da série se reinventar . Se não fosse pela presença de Claire Danes e da marcante trilha sonora da abertura, pode se arriscar a dizer que é um novo seriado.
O manjado truque de salto no tempo foi a solução encontrada pelos produtores para explicar tanta novidade. Carrie (Claire Danes) agora mora com sua filha que está com dois anos em Berlin na Alemanha (local onde o show está sendo gravado após a passagem pela Africa do Sul no ano passado) e é chefe de segurança do rico empresario Otto During (Sebastian Koch). Mas um ataque hacker ao sistema da CIA diretamente de Berlin, faz a agencia americana voltar toda a atenção para Alemanha e é aí que o caminho de Carrie cruza o de Saul (Mandy Patinkin). Os dois não se falam e se tratam como inimigos devido aos acontecimentos mostrados no final na quarta temporada. Enquanto isso, Peter (Rupert Friend) volta a atuar como matador contratado da CIA. A trama fica mais complicada quando tentam assassinar Carrie e moça entra em desespero para tentar achar quem está fazendo isso.
Saul, Peter e Claire: em Berlin de lados opostos. |
Se passando em Berlin na Alemanha (uma especie de território neutro para varias etnias) a série deixa um pouco de lado os muçulmanos, vilões da série até então. Ao dar uma vida mais pacata para Carrie, a série se arrisca num território novo, o da protagonista sem um rumo determinado. Aparentemente, o novo inimigo da Carrie é ela mesma e as escolhas que fez nos últimos tempos. Nem mesmo um novo namorado, consegue manter a ex-agente na linha. Ela volta a beber e para de tomar o lithium, o remédio que usa contra seu transtorno bipolar. Alias, o personagem é interpretado pelo alemão Alexander Fihding (de Bastardos Inglorious). Alem dele, novos personagens entram na trama como Allison Car (Miranda Otto) agente da CIA que bate de frente com Saul e tem uma estranha relação com ele e Laura Sutton (Sarah Socolovic) uma antipática jornalista que entra em contato direto com os organizadores do ataque ao sistema da CIA.
Novos personagens ajudam a dar um ar de novidade na série |
Muitas pessoas consideram essas reviravoltas na trama de Homeland como "a serie que atira para todos os lados", outros partem da ideia que o seriado não gosta de ficar na mesmice e sempre apresenta novidades em sua historia. O que de fato pode ser dito é Homeland definitivamente deixou de ser a serie sobre um ex-fuzileiro americano que é acusado de traição para a série sobre uma personagem: Carrie Mathison. A mais complexa e intensa personagem feminina que está no ar já passou um calvário digno das heroínas das novelas mexicanas. Perdeu o amor da vida, ficou louca, é presa, torturada, tem uma doença grave, enfim um prato cheio para o talento de sua interprete Claire Danes brilhar. Em toda a cena que faz, a atriz some na personagem e no terceiro capitulo da atual temporada, depois de revelar ao namorado que parou de tomar as pilulas e bebeu todas ela surta e tem alucinações. Qualquer atriz seria canastrona nessas cenas, Claire faz muito bem.
Carrie e novo namorado: conflitos em Berlin |
Para os fãs das antigas, como eu, é estranho notar o clima tenso entre Carrie, Saul e Peter. Poucas séries se dão ao luxo de ter os personagem principais de lados opostos. Uma amostra do que os produtores de Homeland tentam fazer para se manterem no topo.
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