No mês de setembro desse ano se comemora os 25 anos de Os Cavaleiros do Zodíaco. Qualidade do roteiro da produção a parte (a série é acusada de ser muito repetitiva), o animê é o mais famoso desse genero já exibido no Brasil e abriu as portas para -o que os criticos diriam ser- a febre dos desenhos japoneses.
Cavaleiros conta a história de bravos jovens guerreiros escolhidos para protejer a reencarnação da deusa Athena. Talvez foi a sacada de fazer os personagens vestirem armaduras que possuem formas de animais das constelações estelares ou pancadaria e sangue excessivos mostrados na telinha, muitas pessoas tentam, em vão, explicar o sucesso desse desenho. Exibido pela primeira vez no Brasil no dia o1 de dezembro de 1994 na Rede Manchete, o animê acabou surpreendendo a todos (licensiadores, emissora, etc), pois em pouco tempo acabou se tornando uma mania que nunca tinha sido vista antes. Revistas especializadas, conduzida pela Herói (publicação semanal que no seu auge conseguia vender tanto quanto a revista mais vendida nas bancas, Veja), pipocavam nas bancas, outras emissoras compraram diversos desenhos parecidos e um incontavel numero de produtos licensiados e piratas foram lançados. É bom lembrar que Cavaleiros fez sucesso numa epoca em que a internet não era a força de hoje e todo o bafafa em torno da produção foi feito de boca-a-boca entre os adolescentes. O sucesso desse desenho abriu as portas para os desenhos japoneses. Grupos se formavam para assistir novos ou mesmo clássicos da animação japoneses, os mangas em que o seriado foram baseados foram publicados aqui semelhante ao Japão, com leitura de trás pra frente e foram campoes de venda, a cultura do colsplay (em que os aficcionados fazem e usam roupas de seus personagens favoritos em apresentações) criou fortes raízes aqui, os jovens se interessaram em aprender a desenhar mangás e tambem a lingua japonesa. Enfim, não dá pra ficar falando dos feitos que os Cavaleiros trouxeram para o país, daria uma extensa reportagem só sobre esse tema.
Eu assisti novamente a série após um hiato de 10 anos - quando o canal 7 de Curitiba cortou o sinal da Manchete para passar a Record -, passando a acompanhar "Seiya e os outros" por revistas e internet. Tudo baixado pela internet na versão "ripada" do Cartoon Network. Minha opnião pessoal é que o animê realmente é repetitivo (Saori é sempre sequestrada por algum vilão, Seiya sempre apanha mas derrota quase todos os inimigos e Shun sempre é salvo por Ikki. etc). Mesmo assim é ainda um dos meus preferidos pois lembra a epoca em que comecei a me interessar mais por cultura pop a ponto de colecionar revistas, artigos, etc. Eu não estaria escrevendo este artigo que voce está lendo se não fosse os Cavaleiros.
Os detentores do desenho na Brasil compraram a produção, mandaram redublar a série toda (com poucas alterações nas vozes dos dubaldores) e a reestrearam 10 anos após a exibição original. O grande plano de fazer voltar a febre dos Cavaleiros não deu muito certo, em parte devido ao mal aproveitamento da Band (que em 2010 fez pior) e outro que fã que é fã deu seu jeitinho de rever o desenho, e outro que as crianças de hoje estão interessada em coisas mais modernas como Ben 10. Mas os novos episódios referente a tão esperada fase Hades vieram para o país e reacenderam o coração dos fãs e de quebra, abocanharam mais outros. Resultado, tanto a chamada série clássica, como a nova saga, se tornaram campões de vendas em DVD.
Hoje é tudo tão rápido e fácil que é muito simples a "nova" geração de fãs de desenho japoneses acharem Cavaleiros tosco, mas eu assisti o programa na epoca em que a unica opção era a Manchete que, sempre prestigiou as produções da terra do sol nascente, e a TV a cabo ainda é como hoje, se interessam mais em produções americanas. Então, toda a vez que algum desses novos fãs, ou mesmo velhos, abrirem a boca para falar mal dos Cavaleiros do Zodiaco só tem que pensar uma coisa: sem eles, duvido que conheceriam a maioria das coisas relacionadas cultura pop que eles conheçam hoje.
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