Com o estrondoso sucesso de Os Caçadores da Arca Perdida nos cinemas em 1981 rapidamente a equipe que acompanhava Steven Spielberg começou a trabalhar numa continuação. Em 1984 surgiu Indiana Jones e o Templo da Perdição o melhor filme da quadrilogia - em minha opinião. Filmado no ano de 1983 em três continentes diferentes, o Templo é o mais sombrio dos quatro filmes e boa parte do clima escuro é devido ao produtor George Lucas estar passando por um divorcio complicado na época e ele acabou convencendo o amigo Steven a transpor toda essa carga negativa para o filme. Em termos de comparação, o Templo é como O Império Contra-Ataca da trilogia Guerra nas Estrelas, é o segundo e também o mais dramático filme. Esse clima pesado não foi aprovado 100% por Spielberg que considera este filme o menos favorito de sua carreira.
George Lucas deu a ideia da cena inicial ser um musical. |
Cronologicamente, o Templo da Perdição se passa antes de Os Caçadores da Arca Perdida e mostra Indiana Jones (Harrison Ford) na China em busca de uma joia sagrada. No clube onde fará negócio com Lao Che, o homem que possui o artefato, ele acaba envenenado e leva a cantora Willie Scott (Kate Capshaw) como refém. Assim, após um inusitado numero musical começa o filme que tem uma sequencia mais fantastica que a outra. Fugindo dos capangas de Lao Che, Indy e Willie se encontram com um amigo do arqueólogo, o garoto Short Round (Jonathan Ke Quan) e eles acabam na Índia onde vão parar no Templo da Perdição, um lugar que usa crianças como escravas.
Harrison Ford é Indiana Jones o maior herói do cinema. |
Ele ficou com a mocinha no final do filme, na vida real, Kate Capshaw se casou com Steven Spielberg. |
Repleto de sequencias e cenas impagáveis, Spielberg inseriu trechos de humor que, se não existissem, deixaria o filme apenas OK. Como não lembrar dos gritos escandalosos de Willie ao subir num elefante (ou melhor, durante o filme todo ela grita!)? Ou então uma das melhores cenas dos quatro filmes de Indiana Jones onde Indy, Willie e Short participam de um banquete no palácio do marajá onde são servidos cérebros de macacos frescos, insetos e outras delicias. Analisando hoje, o filme talvez seja mais sombrio nas sequencias envolvendo sacrifícios humanos onde um homem tem um coração arrancado de seu peito (a referencia mais explicita da fase que George Lucas passava). Pois boa parte da produção é movimentada e bem orquestrada com sequencias de ação de tirar o folego, principalmente a ultima cena, aquela dos trilhos da mina. Aliás, essa e outras cenas seriam utilizadas no primeiro filme que ficaria superlotado de tantas cenas de ação, então, os produtores montaram este filme com base apenas nas sequencias de ação que eles queriam que entrasse em Os Caçadores.
Está servido? |
Eletrizante sequencia final. |
Durante a produção, a equipe encontrou um difícil obstaculo. Na cena em que Indiana Jones é atacado por um grandalhão dentro de seu quarto no palácio, ele levanta o dublê com mais de cem quilos e acaba com uma hérnia. Durante um tempo, ele trabalhou com uma dor terrível fazendo suas cenas e voltando para a cama no trailer. Temendo pela saúde do amigo, Lucas e Spielberg decidem leva-lo de volta aos EUA para se tratar. Nesse tempo, o papel de Indy era feito pelo duble de Harrison Ford que teve cenas de rosto filmadas após uma cirurgia, alguns meses depois de uma rápida recuperação. Como o personagem que interpreta, o homem é duro na queda.
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Tanta criatividade que sai da cabeça de Steven Spielberg e George Lucas vem da infância dos dois diretores que eram vidrados nos seriados de ação que eram exibidos nos cinemas antigamente. Mas, com relação aos nomes dados aos personagens, a inspiração vem bem de perto. Indiana era o nome do cão de George, Willie era o nome da cadela de Spielberg e Short Round do animal de estimação do casal de roteiristas de o Templo da Perdição, Willard Huyck e Gloria Katz.
Pausa durante as gravações: da esquerda para direita, Kate Capshaw, Steven Spielberg , George Lucas e Harrisson Ford. |
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