RETROSPECTIVA 2014 I: JAPÃO

O ano de 2014 ficará guardado na memoria dos fãs saudosistas dos animes exibidos aqui anos  1980, 1990 e 2000. Mas não exatamente como estes fãs esperavam, os remakes de Sailor Moon e Os Cavaleiros do Zodíaco dividiram opiniões, enquanto o mais recente filme para o cinema de Dragon Ball Z criou polemica e duas atrações oitentistas que voltam das cinzas. Explico.

As guerreiras mais graciosas de todos os tempos voltaram quase com tudo. Em Sailor Moon Crystal  a Toei Animation fez todo um tratamento especial com esta serie devido a receptividade negativa que Dragon Ball Kai e Saint Seiya Omega tiveram ao redor do mundo. A produtora inovou ao lançar  o anime em plataformas streaming que são aqueles sites de vídeo como o Netflix, por exemplo. A grande jogada aqui foi a feliz decisão da Toei em lançar Sailor Moon Crystal legendada em varias línguas simultaneamente, inclusive em português. A unica critica é que os episódios são exibidos quinzenalmente. Ainda falando em Sailor Moon o grande lançamento nas bancas este ano foi o mangá de Sailor Moon onde vimos o quanto a versão animada exibida na Manchete alterou o enredo. 

Quanto a Os Cavaleiros do Zodíaco, a franquia é mais famosa fora do Japão. Este ano a "continuação" Saint Seiya Omega foi encerrada com 98 episódios que não agradaram muito os fãs. A serie foi lançada em DVD no pais não despertando nenhum interesse de emissoras de TV. Mas ainda o cosmo dos Cavaleiros não diminuiu e em outubro os cinemas do mundo exibiram a versão em computação gráfica da serie que recria a batalha das 12 casas do zodíaco. Mais polemicas a vista, afinal como se condensa mais de 40 capítulos de manga num filme de uma hora e meia. Apesar da qualidade técnica apurada, os personagens ficaram com cara de vídeo game e o enredo não aproveitou todos os personagens como eles mereciam. Mas isso não é novidade em se tratando dos Cavaleiros do Zodíaco.

O mais famoso dos animes Dragon Ball também ganhou uma nova versão chamada Dragon Ball Kai onde a Toei bancou a remasterização digital do desenho, incluiu novos efeitos e enxugou a historia a deixando sem as enrolações do anime. A serie não foi pra frente no Brasil por um motivo: a dublagem. O estúdio escolhido, BKS, tem inimizades com praticamente quase todo o elenco da dublagem do desenho exibido na Band no inicio dos anos 2000. O resultado foi a troca de quase 60% das vozes o que desagradou os fãs os levando a dar um boicote nas emissoras que exibiram o desenho. Isso ainda foi só o começo já que o dublador do Goku, Wendel Bezerra, não chegou a um acordo com o estúdio de dublagem que fez o filme Dragon Ball Z: Batalha dos Deuses. Outro boicote dos fãs que fizeram encalhar o DVD nas prateleiras. A força, definitivamente, está com o povo é só bota a boca no trombone. E tem outro detalhe, para mim, o filme é fraquinho que doí.

Mas nem tudo são decepções neste mundo dos animes exibidos no Brasil, o canal Play TV voltou a investir nas animações japonesas reexibindo Blech e Death Note, cultuadíssimos no pais, apesar de não causar tanta comoção nos fãs quanto as series acima citadas. Sites especializados indicam que o canal exibirá Naruto, mas ainda é incerteza.

Os mais saudosistas devem se lembrar de Patrulha Estelar e Doraemon. Ou nem tanto, os dois desenhos foram exibidos na Manchete de maneira irregular, não para o Brasil todo. Patrulha Estelar foi sempre muito confundido com Guerra das Galaxias (Macross) e poucas vezes foi reprisado, enquanto Doraemon teve poucos capítulos exibidos poiss outras duas atrações japonesas faziam a cabeça da garotada na época: Jaspion e Changeman. Neste ano, Patrulha Estelar voltou num filme live action caprichado com muita ação e efeitos de primeira, mas ficou restrito a exibição nos canais HBO. Já Doraemon foi adquirido pelo site Netflix e  pode, enfim, criar uma legião de fãs no pais. Ele está no ar a décadas no Japão e sem previsão de encerramento. 

Apesar dessa onde de remakes e novas versão, será que o ano 2015 reserva alguma nova serie japonesa que vai estourar e virar mania nacional? Muito difícil saber, o investimento em atrações japonesas por parte das emissoras de TV, seja aberta ou paga, está cada vez menor.